sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SINTESE

ESTILO LITERÁRIO BARROCO




Estilo (arquitetônico, literário, etc) que predominou na segunda métade do século XXVII e começo do séc. XVIII, caracterizado por exeberância e rebuscamentos.

O termo barroco denomina todas as manifestações artísticas dos anos de 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estuda-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época.

Esse estilo literário iniciou-se em Portugal aproximadamente em 1580, quando Camões morreu e o país perdeu sua autonomia, passando a estar sob domínio espanhol.

O período caracterizou-se por ser um somatório de duas vertentes literárias: Renascimento e Idade Média. A produção literária barroca abandonou-se parcialmente e o classicismo renascimentista, e voltou-se para o espiritualismo medieval. Nesse sentido, o Barroco foi um período extremamente ambíguo, pois, ao mesmo tempo em que possuía um embasamento racional (renascimentista), reproduzia filosofias cristãs medievais.

Essas mudanças foram influenciadas por tantos que mudaram a concepção de mundo dos homens: a fundação da Companhia de Jesus (1540), o Concilio de Trento (1545-1563), a contra-reforma.

O Barroco foi à sintese da tentativa de unir o homem renascentista com a tradição religiosa medieval. O homem barroco trazia consigo dualidade resultante da fusão desses contrastes.

Na produção literária, o reflexo desse conturbado período apareceu tanto no aspecto formal quanto no conteúdo.

Do ponto de vista da forma, temos o cultismo (culto da forma); uso de frases requintadas, com exagero no uso. Trata-se de textos rebuscados e exagerados, com larga utilização de metáforas, antínteses, hipérboles, perífrases e inversões na ordem das frases. Do ponto de vista do conteúdo, temos o conceptismo (jogo de conceito). O conceptismo aludia ao uso de expressões indecisas, de conclusões paradoxais, frases ambíguas e linguagem não-clara (características que podem ser explicadas pela ambiguidade do período). O primeiro valoriza o pormenor, enquanto o segundo segue um raciocínio lógico, racionalista.

O maior nome da época é o do Padre Antônio Vieira, grande orador e epistológrafo português. Destacam-se também Padre Manuel Bernardes, Rodrigues Lobo e D. Francisco Manuel de Melo.

Embora o Barroco brasileiro o completa no século XVII, com a fundação de Arcádia Ultra Marina e a plublicação do livro “Obras”, de Cláudio Manuel da Costa, o movimento academiscista ganha corpo a partir de 1724, em a fundação da Academia Brasileira dos Esquecidos.

O BARROCO EM PORTUGAL

Padre Antonio Vieira (1608-1697): a literatura como missão. Foi o maior pregador do seu tempo, defensor dos negros e dos índios – sobretudo dos índios – e dos crisstãos – novos (judeus convertidos). A defesa dos cristão-novos e sua fidelidade de conselheiro de D. João VI, rei de Portugal, ou como mediador e representante de Portugal em relações enconômicas e políticas com outros países. Anistiado por d. Pedro, regressou ao Brasil em 1681.

Se por um lado, Gregorio de Mattos mexeu com os estudos morais e a tolerância da muita gente _ como o administrador português, o próprio rei, o clero e os costumes da prápria sociedade baiana do século XVII _ por outro, ninguém organizou tantas críticas e inimizades quanto o “impiedoso” Padre Antônio Vieira, detentor de um invejável volume de obras literárias, inquietou para os padrões da época, como:

• Obras de profecia: História do futuro; esperanças de Portugal;

• Sermões: Sermão da Sexagésima (sobre ato de pregar); Sermões pelo Bom sucesso das armas (por ocasião da invasão holandesa, em 1640); Sermão de Santo Antonio (ou Sermão dos peixes, em defesa do índio escravizado).

OUTROS AUTORES PORTUGUESES

Só ganhou impulso entre 1720 e 1750, quando foram fundadas várias academias literárias por todo o país. A descobertas do ouro, em Minas Gerais, possibilitou o desenvolvimento de um Barroco tardio nas artes plásticas, que resultou na construção de igrejas de estilo barroco durante todo o século XVIII.

A obra considerada tradicionalmente o marco inicial do Barroco brasileiro é prosopopeia (1601), de Bento Teixeira, um poema que procura imitar Os Lusíadas.

Os escritores barrocos brasileiros que mais se destacaram são:

• Na poesia: Gregório de Mattos, Bento Teixeira, Botelho de Oliveira e Frei Itaparica;

• Na prosa: Padre Antônio Vieira, Sebastião da Rocha Pita e Nunes Marques Pereira. Gregório de Mattos (1633 Salvador – 1696 Recife).

Com excessão de Gregório de Mattos, nenhum outro escritor se destacou no Barroco brasileiro. O padre Antônio Vieira, embora tinha escrito boa parte de sua obra no Brasil pertence mais à literatura portuguesa do que à nossa.

Na poesia lírica e religiosa, Gregório de Mattos deixou claro certos idealismos renascentistas, colocados ao lado do conflito (como de hábito na época) _ entre o pecado e mundana. Contradição que o situava com perfeição uma esocla barroca do Brasil. Refletindo o dualismo barroco, ora demonstrava a aversão que sentia pelo clero, ora revelava em seus poemas uma profunda devoção às coisas sagradas, ora escrevia versos pornográficos e sensuais.

Cursou leis em coimbra, época de sua leitura de Gôngora e Quevedo, poetas espanhóis das quais revela nítidas influências, além de Camões.

Graças à linguagem maliciosa e ferra em que criticava pessoas e instituições da época (não dispensado palavras de baixo calão), recebe o apelido de Boca do Inferno, tendo de exilar-se por algum tempo em Angola, perseguindo pelo filho do governador Antônio da Câmara Coutinho (vítimas de suas sátiras).

Sua obra costuma ser dividida em:

• Poesia lirica-amorosa: é fortemente marcada pelo dualismo amoroso: carne/espirito, que leva normalmente um sentimento de culpa no plano espiritual. A mulher, muitas vezes, é a personificação de próprio pecado, da perdição espiritual.

• Poesia religiosa: obedece aos principios fundamental do Barroco europeu, formando uso de tema como o amor a Deus, a culpa, o arrependimento, o pecado e o perdão, além de contrastes referências bíblicas. A língua empregada é culta, apresenta inversão e figuras de linguagem abundantes. Como no fragmento a seguir:



“Estou, senhor, da vossa mão tocando,

e Este toque em flagre o desmentido

com à vossa, justiça tão devido

quão nevoado foi o pecado”



Ora celebra o sensualismo africano, ora o erotismo naivista, ora vincula-se à tradição renascentista. Seus poemas religiosos relfetem a inquietação do tema diante da divindade e a consciência da fragilidade e da pequenez dos mortais.

Outros autores que descaram foi Bento Teixeira (1561 – 1600). É considerado a primeira expressão do nosso nativismo e iniciado da produação literária influenciada pelo Barroco português. Sua obra mais importante é prosopopeia, poemeto épico que revela forte influência de Os Lusíadas. Enquanto que, Manuel Botelho de Oliveira (Salvador – BA. 1636 – 1711). Primeiro poeta lírico nsaceu no Brasil e o primeiro a sair em livro. Escreveu música do Parnaso. Nessa obra encontra-se o poema “A ilha de Maré”, precursor da poesia de sentimento brasileira.

Percebemos também as peculiaridades da linguagem barroca quanto ao conteúdo que visa um conflito entre visão antropocêntrico e teocêntrico; oposição entre medo material e mundo espiritual; conflito entre fé e razão; cristianismo; morbidez; idealização amorosa; sensualismo e sentimento de culpa cristã; consciência da efemeridade do tempo; gosto por raciocínio complexos, intrincados, desenvolvidos em parábolas e narrativas bíblicas e Carpe diem.

No quesito quanto a forma cultuam o gosto pelo soneto; o emprego da medida nova (poesia); o gosto pelas inversões e por construções complexas e raras.

Portanto, o Barroco chega ao fim com a Fundação da Arcádia Lusitana, em 1756, que deu início ao Arcadismo.





BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CEREJA, Willian Roberto. MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. Vol. Único. São Paulo: Atual, 2003. P. 86-98.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, 1910 – 1989. Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa; coord. de ed., Matrgarida dos Anjos... [et al]. 4ª ed. Ver ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

MAIA, João Domingos. Português: Maia. Série novo ensino médio. Vol. Único. 9º ed. São Paulo: Ática, 2002. p 140-155.

SANTOS, Professor Doutor Nivaldo Borges. Literatura Brasileira. Januária: Centro de Educação Integrada do Vale São Francisco (CEIVA), 2006. Mimeografado

Um comentário:

Muito obrigado por contribuir com sua argumentatividade.